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Renner vale mais do que J.C. Penney

 

 

Valor Econômico de 08 de maio de 2013

Por Adriana Mattos e Adriana Meyge | De São Paulo

 

A Renner, maior rede de vestuário do país, alcançou neste ano um valor de mercado superior ao da J.C. Penney, rede americana que se desfez de 98% das ações que tinha na rede brasileira em maio de 2005, saindo definitivamente do país. "Foi depois que eles saíram [da Renner] que viramos uma 'corporation' [empresa com controle diluído no mercado]", disse José Galló, ao Valor.

 

Galló foi um dos premiados no evento "Executivos de Valor" de 2013, realizado na segunda-feira em São Paulo.

Enquanto a varejista dos EUA registra prejuízo crescente e resultado de vendas abaixo da expectativa de seu comando, a Renner amplia lucro, faz planos de expansão orgânica para 2013 - de até 46 novas lojas - e mantém o mesmo presidente há anos. A J.C. Penney trocou de presidente recentemente, numa tentativa de colocar a empresa nos eixos.

A "virada" aconteceu na última semana de 2012, mais precisamente em 28 de dezembro, quando as duas empresas valiam praticamente o mesmo - R$ 9,8 bilhões. A Renner distanciou-se da rede americana neste ano.

Ações de J.C. Penney chegaram a um pico histórico de US$ 40 no início de 2012. Mas vêm caindo (ver gráfico ao lado). Nos primeiros dias de janeiro de 2013, a rede valia US$ 4,57 bilhões (R$ 9,15 bilhões). Com base na cotação média da manhã de ontem, a empresa vale US$ 3,64 bilhões (R$ 7,29 bilhões). O papel fechou ontem a US$ 16,40.

A Renner já esteve melhor, mas perdeu bem menos valor que sua ex-controladora neste ano. No acumulado de 2013, as ações da Renner perderam 2,8% do valor. Com base na média do preços das ordinárias na manhã de ontem, a Renner vale R$ 9,38 bilhões.

 

A rede americana adquiriu o controle da Renner, de origem familiar do Rio Grande do Sul, em 1998 por US$ 139 milhões. A retirada da J.C. Penney do capital da brasileira fez parte de um processo de desinvestimento do grupo norte-americano na América Latina e a concentração dos negócios no setor de lojas de departamento dos Estados Unidos, que tem amargado um período difícil nos últimos anos.

No ano passado, a Renner registrou vendas líquidas de R$ 3,46 bilhões e lucro líquido de R$ 355 milhões. A J.C.Penney vendeu US$ 17,2 bilhões em 2012 (R$ 34,4 bilhões) e apurou prejuízo de US$ 152 milhões (R$ 304 milhões).

A varejista brasileira divulga balanço do primeiro trimestre hoje, após o fechamento da bolsa. A expectativa de analistas de bancos e corretoras consultados pelo Valor é que maiores impostos e despesas levem a uma queda no lucro líquido de janeiro a março, na comparação anual.

Analistas do Goldman Sachs, Itaú BBA, Bradesco BBI, JP Morgan e Bank of America Merrill Lynch (BofA) projetam um recuo de, em média, 36% no resultado da varejista no período, para R$ 23 milhões.

Para o JP, o resultado se deve, principalmente, a uma carga de impostos maior - de 28% no primeiro trimestre deste ano, contra 21% no mesmo período do ano passado - e a despesas financeiras mais pesadas. Custos de financiamento mais altos também devem contribuir para o recuo, segundo o BofA.

As vendas nas mesmas lojas (abertas há pela menos doze meses) devem avançar entre 7,5% e 8,5%, de acordo com as cinco instituições financeiras. Esses percentuais representam uma desaceleração frente aos 12% obtidos no quarto trimestre de 2012, devido, principalmente, ao efeito calendário do varejo, segundo os analistas.

A receita líquida consolidada (varejo e serviços financeiros) da Renner deve avançar 15,7% no trimestre, de R$ 709 milhões para R$ 817,8 milhões, conforme as projeções de BofA, Bradesco BBI e JP Morgan. Os relatórios do Goldman e do Itaú BBA citam apenas a receita de varejo e indicam, respectivamente, aumentos de 23% e 14% nesse indicador, que há um ano somava R$ 619 milhões.

Analistas lembram que gastos com o novo centro de distribuição da companhia, liquidações de estoques na rede de artigos para casa Camicado, reformas de lojas e a abertura de 23 pontos no trimestre anterior podem pressionar as margens de varejo da companhia.

 

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